grupo de aproximadamente 50 pessoas, entre representantes do Detran, Cetran, Cet-Rio, Operação Lei Seca e Corpo de bombeiros, posam para foto

No encerramento da Semana Nacional de Trânsito, o Detran.RJ promoveu, nesta quarta-feira (25/9), o III Fórum de Educação para o Trânsito, com o objetivo de discutir a implementação de ações educativas e políticas de prevenção de acidentes. O evento contou com a participação de representantes do Detran, da Operação Lei Seca, do Corpo de Bombeiros, do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran-RJ), de instituições parceiras como a CET-Rio, e de agentes e autoridades ligadas ao trânsito nos municípios fluminenses.

Houve apresentação de estatísticas, palestras e um painel de debates sobre a contribuição das instituições para um trânsito mais seguro. O presidente do Conselho Estadual de Trânsito, Rodrigo Viana, abriu o fórum dizendo que o órgão não atua apenas no julgamento de infrações de trânsito, mas também contribui para a redução de sinistros, educação e fiscalização. O coordenador-geral de Educação para o Trânsito do Detran.RJ, Marcus Moreira, que fez a apresentação seguinte, afirmou que a educação é a principal ferramenta para a mudança de comportamento no trânsito.

“Precisamos fazer uma autorreflexão sobre nossas atitudes no trânsito. Sem o envolvimento da população, não vamos reduzir o número de acidentes. A educação para o trânsito tem de ser iniciada nas escolas. A morte no trânsito é uma epidemia. Somente com educação vamos reduzir, a médio e longo prazo, esses elevados índices”, disse Moreira, que enalteceu o comprometimento e o engajamento dos agentes educadores do Detran.RJ e da Lei Seca.

Bruno Barros e Mancildo Filho, do setor de Estatística do Detran.RJ, apresentaram dados alarmantes de acidentes de trânsito no Estado do Rio. Em 2023, foram registrados 20.521 acidentes, com 25.909 vítimas. Em 2024, apesar das ações educativas promovidas pelo Detran.RJ e pelas instituições parceiras, a tendência ainda é de alta. No primeiro semestre, o número de acidentes aumentou 19,2% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Os dois explicaram a importância de os agentes de trânsito preencherem corretamente os autos de infração: “Com informações precisas, fica mais fácil implementar políticas públicas que visem a redução de acidentes”.

O major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, disse que a instituição está sempre buscando parcerias para colaborar na prevenção de sinistros. Contreiras também falou dos atendimentos a acidentados no trânsito. “São cerca de 120 tipos de emergência, sendo que os acidentes de trânsito, principalmente envolvendo motos, estão no topo das ocorrências. Temos que chegar com brevidade para dar o atendimento pré-hospitalar com qualidade e eficiência. Nossos pacientes não nos escolheram, nós os escolhemos”, afirmou ele.

Enza Taddei, da Coordenadoria de Educação para o Trânsito do Detran.RJ, apresentou o trabalho educativo realizado com crianças e adolescentes em escolas públicas e privadas do estado. Temas como travessia na faixa de pedestres, uso de capacetes em motos e bicicletas e regras de trânsito são apresentadas aos estudantes de forma lúdica e interativa. “A educação das crianças para o trânsito é fundamental para salvar vidas”, defendeu Enza.

Para fechar o evento, foi realizado o painel “A contribuição das instituições para a viabilização de um trânsito mais seguro”. Munique Quadros, da concessionária Arteris, apresentou o trabalho realizado pela empresa junto às comunidades cortadas por rodovias administradas por ela, de Niterói até Campos dos Goytacazes. Márcia Vaz, representante do Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus da cidade do Rio, falou sobre importância das parcerias para o treinamento dos 18 mil rodoviários responsáveis pelo transporte de grande parte da população fluminense.

Pela Operação Lei Seca, o major Vitor Schmitt apresentou os números de condutores de veículos retirados das ruas por dirigir sob efeito de álcool. “Educação é o único meio de mudarmos a sociedade. Por isso, a Lei Seca dá muita importância à educação dos condutores de veículos, não apenas à fiscalização”, disse ele.

Joel Mendes, coordenador do Detran.RJ, fechou o III Fórum com uma mensagem importante: “Nenhuma morte no trânsito é aceitável”.